terça-feira, 30 de outubro de 2012

Doutores secundaristas

Segundo algumas publicações que saíram na internet, Luiz Inácio Lula da Silva foi convidado pelo jornal The New York Times para fazer parte do quadro de colunistas do prestigiado jornal. Algo surpreendente para este brasileiro, que por quase 40 anos viu e ouviu que só das Universidades é que saem as mentes mais brilhantes do mundo. Parece que essa teoria caiu por terra e tudo em razão do trabalho incansável e persistente de uma parcela considerável de acadêmicos que, por décadas, trabalhou inesgotavelmente para a eleição de Lula - o metalúrgico que poderia ter sido padeiro, já que trabalha muito bem com a massa.
Certa vez, Albert Einstein disse que é mais fácil desintegrar um átomo do que mudar a crença de um povo. Outra teoria que caiu por terra, porque, depois que Lula chegou à presidência, ele conseguiu provar que a capacidade de um homem concretizar seu sonho não depende da Universidade de onde saiu, depende só da vontade de ver o sonho realizado. A prova disso é que Lula tentou construir algumas Universidades federais, se as fez ou não, o que importa é que tomou a iniciativa, enquanto outros, que eram diplomados, não fizeram.
Isso não é nada perto do que aconteceu com Lula, ele tem quase 80 títulos Dr. Honoris Causa (Motivo de Honra) para receber, fora os que já recebeu, que também são muitos. Nenhum Doutor de nenhuma Universidade brasileira tem essa quantidade de títulos, e o aluno de escola primária têm. Que ironia.
Tudo isso prova que diploma universitário não garante inteligência nem capacidade a ninguém e nem atribui melhorias intelectuais ao indivíduo. O que forma uma pessoa é o tempo, a vontade e a experiência de vida. Basta olhar o passado de Lula, que se formou em uma universidade nada oficial: a da vida.
Há exatos 30 anos atrás - no ano de 1982 - Lula disputou o Governo de São Paulo e perdeu, o que era natural, porque São Paulo naquela época ainda era elitista. Hoje não é mais, porque a elite morreu, se vendeu ou deu as mãos para quem antes virava as costas. Anos mais tarde, ele recebeu a Medalha Anchieta, que é a mais alta honraria paulista. Poucos receberam essa medalha.
O fato é que Lula continua a ser um sábio professor, que formou, forma e diploma seguidores. Ele deixa seu legado.
Recentemente o PT de Lula dos anos 1980, conquistou pela terceira vez a prefeitura de São Paulo. O que o PT nunca teve foi o governo paulista.
O plano do PT é fazer uma administração maravilhosa para que o PSDB caia fora de onde está e demore anos até retornar a administração de São Paulo. E quem garante que o próximo candidato a pleitear a cadeira de governador deste estado não seja o próprio Lula, para encerrar com chave de ouro o ciclo que iniciou em 1982?

domingo, 28 de outubro de 2012

O PSDB que fique esperto

Segundo o advogado e capitão Lourenço Moreira Lima, integrante da Revolução de 1924, a cada trinta anos surge uma geração de novos líderes e pensadores. Julgo que é um tempo razoável para que essas gerações novas surjam, porque do zero aos 30 anos, existe esse tempo, e não preciso falar sobre isso, porque é um outro assunto.
O fato é que para o político fazer obras e renovar as ideias não é suficiente para ele se manter atuante politicamente, é preciso que o próprio candidato renove sua imagem pessoal, afinal, tudo muda com o tempo, queiramos ou não, por isso, a necessidade do candidato atualizar tudo, a imagem inclusive.
Foi justamente o que o PSDB deixou de fazer. O partido se manteve distante da própria imagem, utilizou de estratégias ineficientes desde a eleição de 2010, quando lançou o candidato Índio do Brasil a vice. Não digo isso por causa do candidato, digo por causa do processo de escolha, da desorganização, do tempo. Estratégias falhas, que demonstraram alguma coisa que o povo não gostou.
É hora dos partidos se renovarem, investirem em nomes para o futuro, formarem líderes que realmente disputem entre si qual deles é o melhor, e não o pior, como acontece atualmente. O foco está unicamente direcionado para o poder do político e não para o poder da política.
Se o PSDB não se tocar que precisa começar imediatamente a criar um líder, investir na imagem dele, prepará-lo para debates, discursos, textos etc, certamente o PSDB perderá o Governo do Estado de São Paulo e se isso acontecer, talvez seu fim esteja decretado.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Daqui a vinte anos

Daqui a vinte anos, provavelmente não teremos mais Lula, Dilma, Maluf, FHC, Serra, Soninha, Haddad, ACMs etc. Acho que o único cara que esteve envolvido direta ou indiretamente com o pessoal dessa época e que estará vivo daqui a vinte anos será Oscar Niemeyer, eu tenho dúvidas quanto ao tempo de passagem dele, o cara parece imortal.
O curioso é que as gerações Lula e FHC, depois de muitos esforços, atingiram a meta que buscavam: o poder. FHC atingiu primeiro, Lula, depois. O fato é que tudo na vida tem seu tempo e o tempo de ambos está próximo do fim. O mais incrível é que nenhum deles teve a inteligência suficiente para preparar um nome forte para substituí-los. Não temos um nome que esteja estampado em um perfil que servirá de substituto a eles. Isso indica que haverá uma transformação na política brasileira e não é por causa do mensalão, porque todo mundo sabe que esse negócio de julgamento de mensalão é só para distrair a mente do povo, para alguma trama sombria e obscura que o atual governo planeja. A mudança será ideológica.  Eles não formaram ninguém ideologicamente correto, talvez pela quantidade de trabalho que um país primário exige, ou por outro motivo, ou pelo tempo que foi curto. Não importa. Devemos levar em consideração que não é apenas a classe política que passa por transformações, a classe artística também passa por transformações. Perdemos Chico Anyzio, Hebe Camargo e outros. A classe científica também se transforma. Perdemos Aziz Ab'Saber e outros. E quem os substituiu? Ninguém. Por que eles não fizeram substitutos. Acontece o mesmo com a classe política. Não há substitutos.
O pior não é só isso. O pior é que os novos que irão substituir os velhos - não por que eles foram preparados, e sim por uma questão natural - não tem e nunca terão a cultura necessária básica que forma um cidadão minimamente esclarecido. Isso aponta para um só horizonte: a incerteza de qual será o futuro econômico e educacional do Brasil.
Não há mais tempo para eles formarem ninguém, porque eles não tem tempo.

domingo, 14 de outubro de 2012

A Força e o Poder Militar dos Paulistas

A história da Polícia Militar de São Paulo e a história da cidade de São Paulo não se resumem a 1932, igual muitos pensam. São Paulo é um estado que tem sua própria história e dela faz parte a Força Pública Paulista ou como é conhecida, Polícia Militar.
Muitos homens de honra ingressaram e serviram essa corporação, que é sinônimo de orgulho, não apenas para os paulistas, é sinônimo de orgulho para os brasileiros, porque ela está enquadrada como uma das melhores polícias do mundo.
Quem não respeita o passado de São Paulo não respeita o passado de seus antecessores e isso, além de ingratidão é falta de consideração com quem derramou suor, lágrimas e sangue a favor de um futuro melhor, que hoje é nosso presente, que pode não ser o melhor, só que é o melhor que eles puderam fazer, pelo que compreendiam entre o que é o melhor e o que é o pior. Se você não está satisfeito com isso, faça o que eles fizeram e melhore o que não lhe agrada. Reclamações e depreciação é o que não falta para algumas pessoas que apenas visam o poder político de São Paulo, elogiar o que já foi feito, isso é raro entre os homens que sabem o valor dos outros homens que já serviram São Paulo.
Entre esses homens encontra-se o General Miguel Costa, que infelizmente é um personagem histórico pouco estudado pelos paulistas, o que em minha opinião é uma perda grande para nossa Força Pública. A história de Miguel Costa poderia ser valorizada, a começar pelo Comando Geral. Isso se explica pelo seguinte: Miguel Costa foi um dos líderes que motivou a  maior revolta bélica do Estado de São Paulo, foi quem provou na prática o que um soldado dessa força militar é capaz, essa prova se apresenta em várias ocasiões:  quando ele descumpriu a ordem do Marechal Isidoro Dias Lopes, de deixar a capital e retirar-se para o interior. Isso assegurou que a revolução vencesse. Quando ele fez a retaguarda de toda a tropa revolucionária. Quando ele formou uma frente de 90 quilômetros com seus 1.200 soldados e garantiu a estagnação dos 20 mil legalistas, que insurgiam contra os revolucionários. Quando ele recebeu do inimigo uma ordem de rendição e recusou a ordem e mandou que eles avançassem e eles não avançaram, isso salvou novamente a Revolução. Quando ele assumiu o Comando do que viria a ser a maior marcha militar do planeta. Quando ele conduziu por mais de dois anos, 1.500 combatentes revolucionários, entre eles, muitos oficiais do Exército brasileiro. Em 1930 Miguel Costa assume o Comando do Exército do Sul e à frente de 12 mil sodados sitia Itararé e, por meio de intimação, rende o Exército legalista, escolta Getúlio Vargas ao poder, assume o Comando Militar de São Paulo, cria o Estado Maior na Força Pública, assume o Comando Geral, cria a Secretaria de Segurança Pública, assume o cargo e reestrutura toda a Corporação, eleva os salários, assegura promoções e mantém São Paulo seguro.
É claro que esse tempo durou 6 anos e requer um estudo aprofundado, rico em detalhes, só que isso ainda não foi feito, talvez, por que todos os estudos estejam voltados para 1932, apenas.
Urge recuperar a história de São Paulo, para que o mundo conheça quem são os paulistas de verdade e vejam que somos maiores do que a Revolução Constitucionalista, que evidentemente é um símbolo de autoridade e poder paulista.
A Força Pública Paulista precisa entender que a frente da tropa de 1.500 homens, que por mais de dois anos percorreu o Brasil, que está registrada na história do planeta como a maior marcha militar do mundo esteve um soldado de São Paulo, que demonstrou habilmente todos os ensinamentos que teve, o que prova a capacidade que a Polícia Militar de São Paulo tem em treinar seus soldados. Isso deve-se também ao ex governador de São Paulo, Dr. Jorge Tibiriçá, que contrariou a vaidade de uma parte dos ignorantes da época e contratou a Missão Francesa de Instrução Militar, que treinou os nobres paulistas.